No mundo corporativo existem diversas demandas que devem ser cumpridas em prazos determinados para que os objetivos coletivos sejam devidamente atingidos. Entretanto, as peças que compõem uma empresa são humanas e devem assim ser tratadas: existem necessidades específicas que não podem ser previstas todas as vezes.
Essas demandas pessoais e possíveis imprevistos de cada funcionário, quando não acompanhadas atentamente podem desencadear problemas maiores no ambiente profissional. O absenteísmo no trabalho já foi definido como um indicador individual de má performance e a quebra de um acordo implícito entre funcionário e empresa. Ele impacta tanto os resultados de uma organização quanto os de um colaborador.
Para saber o que é absenteísmo mais a fundo e como evitá-lo de maneira eficaz, continue lendo!
O que é absenteísmo?
Absenteísmo significa “estar fora, afastado ou ausente”: é o ato de se abster de alguma atividade ou função. Pode ocorrer em várias instâncias, como relacionado a faltas escolares ou em situações decididas por voto (o ato de abster uma opinião).
Já o absenteísmo no ambiente profissional, que é nosso foco, consiste no não comparecimento à organização, ou seja, nas ausências. Essas faltas no trabalho podem conter justificativas ou não, sendo a validade delas determinada pelo RH de acordo com as regras de conduta da instituição. Independentemente, há uma interferência no clima organizacional.
As abstenções estão relacionadas a fatores diretamente ligados ou não ao trabalho. Alguns motivos podem ser: problemas com o deslocamento até a empresa, acidentes, doenças, responsabilidades familiares, direitos legais (como licença maternidade, participação em júris, doação de sangue, etc) e fatores culturais (como feriados religiosos não oficiais e a emenda de feriados).
Entretanto, no geral, o absenteísmo consiste em abstenções não planejadas. As ausências não possuem bons motivos para terem ocorrido e costumam ser um sinal de algo mais profundo que está acontecendo com aquele funcionário.
Não há um uma definição entre os especialistas sobre a quantidade de faltas que caracterizaria o absenteísmo, mas o consenso é de que as faltas se estenderiam por de um período maior de tempo e/ou seriam constantes. Também leva-se em consideração saídas antecipadas em relação ao horário determinado de trabalho.
Absenteísmo x presenteísmo: qual a diferença?
O presenteísmo é o fenômeno em que o profissional está presente fisicamente no ambiente de trabalho – relacionado ao corpo mesmo –, mas não há produtividade alguma por parte dele. Ou seja, o funcionário está presente, não há falta computada, mas sua mente não está ali.
Esse fenômeno é tão prejudicial quanto o absenteísmo: ambos contribuem com um déficit na produção da organização. Contudo, com o absenteísmo, há uma possibilidade muito maior de que ele fuja ao controle da empresa e do RH, sem que se consiga enxergar uma solução e resolver o problema rapidamente.
O presenteísmo pode ocorrer por diversos motivos, mas um exemplo bem comum é ir trabalhar mesmo quando se está doente. Além da óbvia baixa na produtividade, a saúde do funcionário é comprometida, podendo levar até mesmo à exaustão e a epidemias no ambiente de trabalho.
Causas e consequências do absenteísmo no trabalho
É verdade que é necessário que exista certa flexibilidade no cumprimento das demandas de uma empresa. Os colaboradores não são máquinas de funcionamento regular: é preciso reconhecer que fatores humanos e sociais entram em jogo na hora de lidar com o corpo de funcionários.
Isto não significa que horários fixos devem ser abolidos, nem que a estrutura organizacional deve ser desfeita. O que deve ser levado em conta são as possíveis motivações por trás das faltas no trabalho.
Um fator ao qual os gestores devem se atentar é o clima organizacional. Ele pode ser uma das principais causas do elevado número de ausências dos trabalhadores. Os conflitos internos contribuem para o desânimo na hora de comparecer no ambiente corporativo, podendo ser não somente em relação aos chefes, mas também a colegas de núcleo.
Impacto negativo do absenteísmo nos resultados da organização
Quando desmedido, o absenteísmo impede o cumprimento das metas estabelecidas e, consequentemente, o desenvolvimento da empresa, além de impactar o aspecto financeiro da instituição. Ele também é responsável pelo distanciamento e desentendimento entre membros de uma mesma área, assim como entre diferentes setores.
Esses fatores contribuem para um clima organizacional desconfortável, criando um ambiente em que não há desejo de permanecer e, algumas vezes, nem mesmo comparecer. Em alguns casos, pode ser que o colaborador esteja faltando sequencialmente para forçar seu superior a demiti-lo. Ele pode estar insatisfeito com algo que ocorreu dentro da empresa, com a maneira que alguma situação foi resolvida por um líder ou até mesmo com seu salário, mas ser incapaz de comunicar o que pensa.
Esse funcionário não tem coragem de pedir demissão por conta própria e, portanto, prefere que a decisão seja tomada pelo gestor. Além disso, os benefícios como o FGTS e o Seguro Desemprego somente podem ser recebidos caso ele receba a ordem de saída, ao invés de solicitá-la.
No final das contas, caso não haja monitoramento do índice de absenteísmo por parte dos dirigentes, e medidas eficazes não sejam efetivamente tomadas para solucioná-lo, ele pode levar ao aumento da rotatividade de pessoal. O turnover (como também é conhecida a rotatividade) gera altos custos para a empresa e interfere no entrosamento da equipe, assim como no adiamento da realização de projetos.
Como evitar o absenteísmo na sua empresa
Felizmente, o absenteísmo não é impossível de ser vencido. Existem inúmeras soluções, tendo cada uma delas um objetivo diferente, específico para cada motivo por trás do tipo de abstenção a ser combatido.
Explicamos a seguir as soluções possíveis, relacionadas a algumas das principais causas de faltas no trabalho:
Contribua para um ambiente agradável
Em um ambiente que demanda muito de seus colaboradores, é preciso que os gestores tomem cuidado para que não piorem o clima, exercendo uma cobrança desproporcional. É bom que os líderes estejam sempre atentos a possíveis funcionários que sentem a pressão mais do que outros.
Nem todos sabem gerenciar os sentimentos e produzir sob essa alta carga emocional. Uma estratégia para lidar com essa situação é a da psicologia organizacional. Clique aqui para ler nosso artigo aprofundado sobre essa técnica.
Seja um bom líder
O líder é aquele em que diversas pessoas irão se apoiar ou procurar em momentos de dificuldade. Apesar de estar hierarquicamente acima de outros funcionários, ele é a base que sustenta as equipes e trabalha horizontalmente para que a equipe se sinta integrada e seja bem-sucedida.
É de responsabilidade do gestor manter as peças do sistema funcionando para que os objetivos corporativos (e pessoais!) sejam alcançados. Sendo assim, líderes mais participativos, capazes de ouvir seus liderados, são ideais para que treinamentos melhores aconteçam e equipes melhores sejam formadas.
Busque melhores maneiras de se comunicar
Uma boa comunicação é essencial para o funcionamento da empresa. Quando se pensa em uma comunicação ineficaz, não necessariamente uma comunicação mais detalhada é a solução. É imprescindível que o gestor também seja capaz de notar quando as situações pedem por um repasse claro de informações, mais objetivo.
Além disso, é interessante que o líder consiga instruir seu time a replicar as técnicas da boa comunicação que ele já exerce.
Inexistência ou insuficiência de feedback
Um líder que não se comunica bem com sua equipe também costuma ser aquele que não fornece um retorno sobre o desempenho do trabalhador. Os pedidos por feedback não são sinal de funcionários dependentes, pelo contrário. Colaboradores que têm noção dos resultados de seu trabalho e de seu comportamento na equipe são melhor direcionados.
Essa orientação pode ser feita através de avaliações de desempenho, por exemplo. Isso evita que os trabalhadores fiquem no escuro sobre o impacto de seus esforços pessoais no setor e na organização como um todo.
E então? Conseguiu compreender o que é absenteísmo e como ele pode influenciar todo o funcionamento das organizações?
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