Atenção plena: o que é, como praticar e seus benefícios

Com nossa rotina cada vez mais cheia de afazeres e compromissos, é necessário ter atenção plena naquilo que estamos fazendo. Afinal, somente por meio da atenção é possível se concentrar no momento e não dispersar a mente com outras ideias e pensamentos. 

Hoje, vamos falar sobre a atenção plena, também conhecida como mindfulness, tratando sobre o conceito, seus benefícios e ainda dicas de como praticá-la. Portanto, se você quiser descobrir como ter atenção plena em todas as sua atividades, continue acompanhando este texto.

O que é atenção plena?

A atenção plena é uma prática realizada desde muito tempo atrás, originada do Budismo. Contudo, foi somente no século passado, em 1979, que a prática se difundiu pelo mundo e conquistou milhares de adeptos. Foi nesse ano que o cientista, médico e professor Jon Kabat-Zinn apresentou o primeiro programa de mindfulness. Estudioso do Budismo Zen, Kabat-Zinn é considerado o precursor da presença de mindfulness no ocidente. Segundo o médico, a técnica de atenção plena consiste em manter a consciência e atenção no que acontece no exato momento, ou seja, no aqui e no agora. A atenção plena, portanto, trata de trabalhar o consciente para focar no momento presente, além de também se atentar para as manifestações do corpo e da mente diante daquela situação.

Por que praticar o mindfulness?

Existe uma série de estudos e pesquisas que comprovam a eficácia e os benefícios da atenção plena. Por isso, não é à toa que a prática tem sido apontada e discutida ao redor de todo o mundo, especialmente dentro do universo corporativo. A capacidade de se concentrar completamente não é fácil de ser conquistada, mas também não é impossível.

Praticar a atenção plena pode ajudar a combater sintomas de estresse e de ansiedade, por exemplo, manter problemas como procrastinação distantes e ainda proporcionar mais bem-estar na vida de quem adota a prática. Como resultado, as pessoas ficam mais compenetradas nas atividades que desempenham e os colaboradores se tornam mais produtivos em seu trabalho. Tanto no âmbito pessoal como profissional, não faltam motivos para querer desenvolver a técnica do mindfulness. Confira alguns dos benefícios da atenção plena listados abaixo:

Benefícios da atenção plena

Veja cinco pesquisas e estudos que comprovam a eficácia da atenção plena:

Aumento da capacidade de concentração

Claramente, o benefício mor da atenção plena é o aumento da capacidade de concentração, já que promove o autocontrole e evita a dispersão. Segundo estudo da Universidade Desh Bhagat, da Índia, a técnica apresenta grande eficácia na capacidade de tomar decisões, já que as pessoas se tornam mais atentas e conscientes de suas atitudes.

Proteção para o cérebro

Em um estudo realizado por neurocientistas da Universidade de Toronto, no Canadá, verificou-se que praticar a atenção plena pode aprimorar as funções cognitivas do cérebro. Entre as melhorias observadas estão o reforço da memória e mudanças nas estruturas e funções cerebrais.

Além disso, a pesquisa descobriu que o mindfulness pode auxiliar a aumentar o tamanho dos telômeros e retardar o envelhecimento precoce, já que essas estruturas ligadas ao DNA estão relacionadas ao processo de envelhecimento.

Desenvolvimento da inteligência emocional

Outro benefício para a mente foi apontado neste artigo publicado pelos pesquisadores Joseph Ciarrochi e John T. Blackledg. Conforme a pesquisa, os benefícios da atenção plena atingem não somente o praticante, mas também podem ser experimentados pelas pessoas com as quais se relaciona, já que ele desenvolve sua inteligência emocional. Com isso, consegue controlar não apenas seu interior, mas também suas atitudes exteriores, contribuindo para melhorar a maneira como se relaciona com o próximo.

A tendência natural é que, com o passar do tempo, os adeptos do mindfulness consigam evitar e contornar situações conflituosas, já que sabem mais sobre suas próprias emoções e também, de certa forma, sobre as dos outros. Por isso, podemos dizer que a atenção plena também é uma forma de autoconhecimento.

Controle do estresse e da ansiedade

Além dos benefícios citados acima, um estudo feito pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, também mostrou que a técnica de atenção plena pode ser bastante eficaz para diminuir sintomas de estresse e ansiedade em crianças. Conforme a pesquisa, o efeito da técnica se assemelha ao de outros exercícios para concentração, propiciando mais serenidade. A explicação do efeito se dá devido à diminuição do cortisol, um hormônio relacionado ao estresse emocional e físico. A conclusão dos pesquisadores foi que, quando as crianças eram submetidas à atividades que exigiam altos níveis de foco conseguiam diminuir os efeitos causados pela presença excessiva desse hormônio.

Diminuição da insônia

Por fim, o último benefício da lista trata da diminuição da insônia. Conforme esta pesquisa divulgada em um periódico suíço sobre saúde mental, os adeptos da técnica mindfulness conseguem controlar melhor sua rotina. Por resolverem questões pendentes, como atividades e compromissos, durante o dia, quando chega a noite conseguem relaxar mais ao se deitar na cama para dormir, já que o nível de ativação do córtex cerebral está bem menor. Ou seja, as preocupações e pensamentos sobre as atividades do dia diminuem e, assim, a pessoa consegue “se desligar” dos assuntos, relaxar e dormir.

Dicas para praticar atenção plena

Agora que você já conhece os benefícios de praticar atenção plena, chegou a hora de saber como desenvolver esse hábito. Confira, abaixo, seis dicas que separamos para você: 

Uma atividade de cada vez

Não adianta querer fazer um monte de coisa ao mesmo tempo. É preciso ter foco em uma atividade por vez. O objetivo da técnica mindfulness é fazê-lo focar sua atenção na atividade em questão. E, se você estiver fazendo mais de uma coisa por vez, sua atenção ficará comprometida. O segredo é focar de verdade no que está fazendo naquele momento. Você pode começar com os afazeres comuns e corriqueiros, como comer, escovar os dentes, pentear o cabelo, etc., e, aos poucos, ir praticando com atividades mais elaboradas.

Atenção plena ao caminhar

Como dito acima, é interessante começar a praticar a atenção plena em atividades triviais. Então, que tal experimentar com as caminhadas? É natural que elas sejam algo que fazemos automaticamente. Por isso, a dica aqui é focar a atenção na caminhada em si. Observe seus passos, os pés tocando o solo, o movimento de seus músculos, a troca de passos, etc.

Atenção plena ao alimentar-se

Outra atividade corriqueira que mal prestamos atenção é o momento de se alimentar. Geralmente, passamos essa hora ligados ao computador, celular, televisão ou batendo um papo com quem está ao nosso lado. Mas, você se lembra da última vez que comeu em paz, aproveitando e prestando atenção no momento? 

Pratique a atenção plena quando se alimentar e procure desfrutar do momento. Mastigue com mais calma e tente se deliciar e aproveitar o sabor, cheiro e textura de cada alimento.

Atenção plena nos momentos de higiene

Mais uma atividade praticamente automática: a hora de se higienizar. Seja escovando os dentes, tomando banho, penteando o cabelo ou limpando a casa, tente focar no momento. Quando focamos nossa atenção em uma tarefa específica do cotidiano, tendemos a elevar nossa performance e ainda temos a chance de tirar aquela experiência do completo automático.

Você pode testar fazer essas atividades de uma maneira diferente, como usar a outra mão que não seja a dominante para segurar a escova de dentes ou de cabelo, tomar banho no escuro, etc. Ao trazer uma nova configuração para o momento, seu cérebro vai precisar se concentrar mais.

Atenção para o corpo

A dica aqui é fazer algo como um escaneamento do corpo. Quando sentir algum membro do corpo tenso, foque na tensão e tente relaxar. Prestar atenção nos sinais de estresse e cansaço do seu corpo é importante. Existem sinais que somente adeptos da atenção plena podem captar. E, à medida que você desenvolve a prática, melhora sua atenção para com esses sinais corporais.

Três respirações conscientes

Antes de perder a paciência, dar respostas ríspidas ou sucumbir ao estresse, experimente fazer as três respirações conscientes. Respire profundamente três vezes. Pode parecer algo bobo, mas, por meio da inspiração e da expiração, você consegue se acalmar, organizar os pensamentos e se conectar melhor consigo mesmo. 

Não à toa, o controle da respiração está intimamente relacionado à atividades físicas, incluindo a meditação. Inclusive, você já ouviu falar na meditação atenção plena? Trata-se da relação da meditação com a técnica de atenção plena.

Meditação atenção plena

A meditação pode ser usada como um meio para desenvolver a técnica mindfulness, já que ajuda a trabalhar a capacidade de concentração, a respiração e o controle da mente. Pensando nisso, separamos seis dicas para a hora da meditação que contribuem com o desenvolvimento da atenção plena:

  1. A quantidade não importa. O importante é separar um tempo e fazê-lo valer a pena;
  2. Comprometa-se verdadeiramente com o momento;
  3. Encontre um local e uma posição que sejam confortáveis para você;
  4. Concentre-se em sua respiração;
  5. Esqueça os problemas, pelo menos na hora de meditar;
  6. Não desligue: deixe os problemas de lado, mas deixe sua mente ligada, pois é importante manter a consciência e controlar a atenção no instante.

Conclusão

Todas as pessoas podem desenvolver e praticar atenção plena. Quem deseja ter o controle de suas atividades e aumentar a produtividade sem cair no automatismo, pode conseguir por meio do mindfulness.

Mas, além das dicas acima, você conhece alguma outra que também pode contribuir com o desenvolvimento da atenção plena? Conte-nos aqui nos comentários e aproveite para dizer o que achou da técnica.

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