Liderança Democrática: o que é, como aplicar e quando ela é ideal

Liderar pessoas está entre os principais desafios que o universo corporativo apresenta. Isso porque há diversos modelos de liderança que variam conforme o tipo de empresa, o corpo de funcionários, a cultura organizacional e, claro, o líder. Durante muito tempo acreditou-se que havia apenas uma forma de liderar. Contudo, conforme o tempo foi passando, percebeu-se que existem possibilidades a serem exploradas e experimentadas. E uma delas é a liderança democrática. 

O modelo de gestão deve ser escolhido conforme as necessidades do negócio, e a liderança democrática tem sido vista com especial destaque nos últimos tempos, principalmente por trazer benefícios para a empresa e também para os colaboradores. O gestor que adota esse estilo de liderança pode ser considerado um verdadeiro líder, pois, além de saber tomar as melhores decisões, também trabalha para motivar toda a sua equipe.

Continue lendo este texto para entender mais sobre a liderança democrática, vantagens e desvantagens e ainda como implementar esse modelo de liderança em sua empresa.

O que é liderança democrática?

A liderança democrática também pode ser chamada de liderança participativa ou compartilhada devido às suas características. Se trata de um modelo de gestão em que o gestor envolve os colaboradores em boa parte dos planos, discussões, procedimentos e tomadas de decisão do setor ou da empresa. Por isso, a liderança democrática pode ser considerada oposta à liderança autocrática, um outro modelo de gestão.

Se você quiser saber mais sobre como a liderança autocrática funciona, clique aqui.

Para que esse modelo de liderança funcione, o gestor deve saber compartilhar as tarefas com os colaboradores e aprender a ouvi-los, assim como os funcionários também precisam ser treinados para contribuir adequadamente com o bom andamento do trabalho.

Durante as décadas de 1930 e 1940, o psicólogo Kurt Lewin liderou uma séries de estudos que forneceram a base para a teoria da liderança democrática. Os pesquisadores envolvidos analisaram três estilos diferentes de liderança, e um desses estilos era o democrático. 

Contudo, a pesquisa liderada por Lewin foi apenas o início. Após a pesquisa precursora, muitos outros profissionais continuaram os estudos sobre o que é liderança democrática. Entre eles, está Daniel Goleman, que apresentou seis estilos de liderança, incluindo a liderança participativa. Para Goleman, a ideia de consenso e de colaboração é um dos pilares da liderança democrática. Por causa disso, esse modelo de gestão consegue criar um ambiente no qual os funcionários se sintam mais valorizados e comprometidos em alcançar os objetivos da organização.

Além dessas duas teorias que pretendiam estudar e definir o que é liderança democrática, existem ainda diversos outros estudos. Embora haja diferenças entre uma pesquisa e outra, há um consenso quanto às características e algumas vantagens e desvantagens da liderança democrática.

Liderança democrática: exemplos e características

Adotar o estilo da liderança democrática não é tão fácil, pois o líder precisa saber equilibrar seu poder de decisão com a autonomia da equipe, ao mesmo tempo em que garante que as melhores decisões sejam tomadas.

Confira, abaixo, as principais características da liderança democrática, incluindo exemplos de como ela se manifesta:

Distribuição do poder

A primeira característica da liderança democrática, que será mencionada devido ao seu destaque, é a distribuição do poder. Como se trata de uma liderança participativa, o poder não se concentra nas mãos de somente uma pessoa, mas é formada uma estrutura de poder compartilhado. 

Contudo, é necessário frisar que o compartilhamento de responsabilidades não indica que todas as decisões serão sempre tomadas pelo grupo. Isso vai depender da questão do momento, além das funções e responsabilidades específicas de cada pessoa, o que vai definir se as decisões serão apenas do líder ou também de alguns liderados.

Por esse motivo é tão importante que as organizações definam com cautela e atenção os papéis de cada um, distribuindo o poder e influência em tomadas de decisão de acordo com as responsabilidades atribuídas a cada funcionário.

Colaboradores empoderados

Outro exemplo de como a liderança democrática se manifesta é a distribuição proativa das responsabilidades. Esse perfil de liderança não espera que os subordinados queiram tomar decisões; na realidade, ele os convida a participarem e contribuírem. Devido à essa exigência de participação, é responsabilidade do líder democrático ajudar seus subordinados a se desenvolverem e se tornarem aptos para tomar decisões.

Clareza sobre a função do líder e dos funcionários

Como mencionado diversas vezes, a liderança democrática é um modelo que incentiva os colaboradores a assumirem responsabilidades e participarem em processos decisivos. Por isso, resoluções de problemas, por exemplo, devem ser feitas com análise e deliberação de vários indivíduos. Dessa maneira, as soluções encontradas refletem o esforço e a compreensão de todo o grupo, colocando o interesse coletivo como pilar da solução.

Dentro desse contexto, o líder não deve, necessariamente, orientar acerca da melhor decisão a ser tomada, mas sim, garantir que o processo de decisão ocorra com sucesso. O líder e a equipe devem estabelecer um cronograma e um processo de tomada de decisões dentro de prazos.

Relacionamentos saudáveis dentro da equipe ou empresa

Outra função do líder democrático é fazer com que o ambiente de trabalho seja saudável e positivo para os membros da equipe e da corporação como um todo. Assim, ele deve agir mediando e solucionando questões e problemas que ocorrem entre os subordinados, da maneira mais eficiente e rápida que puder.

Liderança democrática: vantagens e desvantagens

Vantagens

  • Liderados ficam mais satisfeitos;
  • As decisões são mais assertivas;
  • A confiança e identificação aumentam;
  • Há mais criatividade e inovação entre os membros da equipe;
  • Liderados aumentam seu comprometimento e proatividade;
  • Maior abertura para compartilhar conhecimento;
  • Ocorre o compartilhamento de uma visão de futuro.

Desvantagens

  • Há uma perda na velocidade em que as decisões são tomadas;
  • Algumas decisões são tomadas com pouco embasamento;
  • Nem sempre a melhor ideia acaba vencendo;
  • Parte dos subordinados se sente desconfortável com algumas situações.

Como se tornar um líder democrático?

Não é uma tarefa simples estabelecer um modelo de liderança democrática dentro de uma organização, contudo, é possível por meio do desenvolvimento de algumas habilidades e competências, conforme descrito abaixo:

Desenvolva uma comunicação aberta e honesta

Uma da primeiras coisa que um líder faz ao aprender o que é liderança democrática é procurar desenvolver uma comunicação mais aberta e honesta. Esse tipo de comunicação permite um contato mais próximo com o subordinado, além de desenvolver a capacidade de fazer e também aceitar críticas justas.

Para esse tipo de comunicação funcionar, o líder democrático deve estabelecer uma relação de confiança entre ele e seus liderados, e entre um liderado e outro, além de ser coerente e justo em suas decisões, considerando as ideias de todos os membros do grupo.

Uma maneira de desenvolver essa comunicação é ouvir as sugestões sempre de mente aberta, sem julgamentos e avaliações injustas. Isso vai contribuir, inclusive, para manter a criatividade dos colaboradores, que vão se sentir livres e à vontade para apresentar suas ideias. Além disso, é função do líder e característica da liderança democrática a garantia de que todo o grupo ouça e analise as diferentes ideias antes de descartá-las.

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Explique suas decisões

Como nem todas as decisões são feitas dentro de um grupo, o líder precisa explicar as decisões tomadas individualmente, garantindo que os subordinados entendam, de forma aberta e transparente, o raciocínio que contribuiu para a decisão.

Garanta clareza e foco

Quando o papel de cada funcionário está definido com clareza e suas responsabilidades bem estabelecidas, o modelo de liderança democrática funciona com mais eficiência. Com isso, é possível garantir que os colaboradores tenham mais foco nos assuntos e em seus objetivos. 

O líder ainda deve atuar para garantir que as reuniões foquem na pauta em questão, sem ficar desviando para outros assuntos. Não se deve perder tempo discutindo problemas e ideias irrelevantes, mas é preciso ter cuidado para não desencorajar a equipe. Embora seja uma estrutura participativa, alguém precisa garantir a ordem.

Dê um fim nas discussões

Como é um ambiente colaborativo, é comum que, após uma decisão ser votada, ainda tenha parte da equipe que não concorde com o resultado da votação e continue discutindo. É perfeitamente normal que uma tomada de decisão demore mais tempo para ser concluída em sistemas democráticos, mas, assim que a decisão tiver sido tomada e votada, é preciso encerrar a discussão, pois, continuar pode acabar destruindo a harmonia do grupo. O líder democrático deve garantir que, após tomarem juntos uma decisão, todos devem aceitá-la e trabalhar na mesma direção.

Garanta um ambiente seguro e confiável

Um ambiente seguro é uma visto como uma grande vantagem por um funcionário, influenciando, inclusive, em sua permanência na empresa. Quando há respeito pelo funcionário e valorização de suas ideias, é muito mais fácil estabelecer uma relação de confiança e contar com o compromisso mútuo entre as partes.

Para garantir esse ambiente saudável, o líder democrático não deve descartar ideias somente porque não valem para o momento em questão, mas é sua função valorizar as diferentes ideias e guardar para momentos seguintes.

Aumente sua inteligência emocional

Todos os estilos de liderança e modelos de gestão exigem que o gestor tenha inteligência emocional. Aliás, essa característica é essencial inclusive para os colaboradores. Mas, quando se trata de liderança democrática, a inteligência emocional é ainda mais importante. Não é fácil manter um ambiente saudável, se comunicar com clareza, se relacionar e fazer com que as relações sejam harmônicas, principalmente quando o modelo vigente garante que todos possam se expressar e trazer suas opiniões. Por isso, a inteligência emocional é o que vai garantir que o líder controle suas emoções, se comunique com as diferentes personalidades, mantenha a compostura e faça todos trabalharem juntos.


Conclusão

Para saber se a liderança democrática é o modelo de gestão mais adequado, é necessário conhecer o tipo de empresa e a cultura da organização. Ainda assim, a ideia de trabalhar com um sistema democrático dentro das corporações se tornou bastante popular entre gestores e funcionários, isso porque o sistema participativo, quando bem aplicado, pode funcionar muito bem.

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