Penser participa de série especial sobre gestão e organização do futsal espanhol

A Penser Desenvolvimento Estratégico auxiliou a equipe do Super FC na contextualização de alguns materiais sobre a organização do Mundial de Futsal. Clique aqui para conferir a íntegra do conteúdo produzido por Fernando Almeida sobre a evolução da LNFS, o campeonato espanhol de futsal, e sua importância para o mundial da modalidade.

Abaixo, você poderá ver a entrevista dada pela Penser ao Super FC sobre os aspectos que levam a Liga Espanhola a ser considerada referência em gestão e organização.

¡Descárgate la Guía Oficial 12/13!

1 – Como a liga espanhola de futsal conseguiu atrair tantos jogadores de todo o mundo?

FP: Esse processo teve início na década de 90, numa transição geral do futsal espanhol. Cientes de que precisavam de algumas mesclas para ganhar experiência interna e também na seleção, os clubes da LNFS investiram na contratação de jogadores brasileiros de destaque, como o Paulo Roberto, que acabou se naturalizando espanhol. Além disso, o momento das empresas era favorável, o que facilitou os investimentos nas equipes. O fortalecimento foi gradativo e o salto foi a organização do Mundial de 96, com a Espanha chegando à final. Nascia ali uma força muito grande, que culminaria com o bi em 2000/2004 e um domínio na formação da melhor liga do mundo. Nos anos 2000, nossos maiores craques foram de vez para aquele país, deixando a competição em nível altíssimo. Schumacher, Marquinho, Lenísio e Vinícius passaram boa parte de suas carreiras lá e foram ídolos incontestáveis de grandes clubes. Hoje a realidade já engloba mais jogadores de outros países, fora somente do eixo Brasil-Espanha. Foi uma mescla pensada há quase 20 anos e que auxiliou enormemente para a potência que é o futsal espanhol hoje.

2 – Qual a importância da gestão e do marketing para o crescimento da liga espanhola?

FP: A organização sempre foi uma grande valência da LNFS e hoje isso é uma realidade clara. Os clubes têm o nome de seus parceiros respeitados e os patrocínios costumam ser longos. A chegada de Javier Lozano à presidência da Liga deu ainda um passo mais profissional à competição. Ele já disse algumas vezes que os jogadores precisam saber que fazem parte de algo maior e devem zelar por seus comportamentos pessoais, envolvimento com causas sociais, entendimento de potencial de marketing e postura de exemplo para a juventude. Isso é um detalhe evidente de cultura organizacional bem trabalhada e valores delimitados para toda a cadeia.
Várias ações de marketing são realizadas ao longo do país e os eventos que envolvem a LNFS são grandes festas locais. Além disso, as TV´s valorizam o esporte e apoiam completamente. Há rodadas em que é possível assistir a 4 jogos ao vivo. A Penalty, fornecedora de material esportivo brasileira, tem enorme entrada no futsal espanhol e percebeu que é um mercado de grande potencial. Um detalhe importante de se perceber é em relação ao momento econômico vivido por lá. Se a competição fosse desorganizada e sem respaldo gerencial, a crise europeia afetaria muito mais as equipes, mas os abalos conseguiram ser contornados na medida do possível.

3 – Como a liga espanhola se compara à ‘liga brasileira’ de futsal?

FP: É um comparativo interessante e difícil de fazer. Ainda estamos patinando em relação aos “naming rights,” por exemplo, e nossos aportes financeiros costumam oscilar, salvo raros exemplos, como a ACBF, com a Tramontina. As empresas ficam um ou dois anos e saem da competição.

Já dentro de quadra, podemos nos orgulhar de termos um campeonato extremamente competitivo e com revelações surgindo a todo o momento. O retorno de jogadores que fizeram sucesso na Europa também é importante para as gerações que começam a aparecer.

Atualmente, a fabricação de craques já é algo real na Espanha, com jogadores de destaque aparecendo a cada ano. Esses atletas se destacam em clubes de menor expressão e na temporada seguinte são incorporados às grandes equipes, entrando no cenário de altíssimo rendimento e aprendizado.

No Mundial Interclubes deste ano, o Carlos Barbosa acabou sendo campeão em cima do Inter Movistar, que vive um momento de transição após anos de domínio absoluto do futsal europeu.

De repente, se vivêssemos uma grande revolução na organização do esporte e no jeito de se trabalhar estrategicamente, poderíamos ter uma consolidação maior da liga, com suporte de mais veículos de comunicação, ativação real dos patrocínios, e isso geraria a contratação de jogadores de nível mundial, como espanhóis, italianos, russos e argentinos. Seria um excelente intercâmbio para nossas equipes e treinadores, além de agregar ainda mais valor à competição, que poderia ganhar destaque internacional.

 

 

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