Pipeline de liderança: conheça o modelo poderoso de desenvolvimento de líderes

Já ouviu falar em pipeline de liderança? Preparar um bom líder está entre os maiores desafios de uma empresa. Sem uma liderança adequada, negócios podem falir e carreiras podem ser interrompidas. Não importa quão pequenos ou grandes sejam, startups ou empresas consolidadas. Investir em um bom processo de desenvolimento de lideranças é parte do trabalho que deve ser executado.

E uma das estruturas para a desenvolver líderes mais respeitado nos últimos anos é o modelo de pipeline de liderança. Preparamos um conteúdo especial para que você também possa entendê-lo e aplicar na sua empresa.

O que é o modelo de pipeline de liderança?

Baseado no trabalho originalmente feito na General Electric na década de 1970, chamado de Critical Career Crossroads por Walter Mahler, depois expandido e testado em mais de 80 empresas, Ram Charan, Stephen J. Drotter e James Noel desenvolveram seis etapas para entender os requisitos de liderança nas organizações.

Eles publicaram o modelo em seu livro de 2000, Pipeline de Liderança (The Leadership Pipeline no original).

As etapas referem-se a grandes eventos na vida de um gestor. Compreender o que cada etapa implica e os desafios envolvidos em fazer cada transição, ajudará as organizações a construir um pipeline de liderança. Também ajudará a construir uma cultura de liderança que permitirá à organização responder a mudanças e ameaças no ambiente de negócios.

O modelo ajuda a desenvolver líderes internamente em todos os níveis, desde líderes de equipes de nível júnior até gestores seniors. O modelo fornece uma estrutura que ajuda a identificação, avaliação da sua aptidão e ajuda-os a superar suas deficiências. Planejando o seu desenvolvimento e medindo os resultados.

Ou seja, fazer um balanço dos cargos de liderança para uma exigência futura e treinar pessoas para subir na hierarquia da liderança.

As seis transições do líder

Cada estágio no pipeline de liderança é criado de uma forma que os líderes são capazes de desenvolver as competências necessárias para a próxima etapa e, finalmente, leva-lo à capacidade de estar no comando da organização.

  • Etapa 1: Gerenciando o Eu para Gerenciar Outros

Recém-contratados, os profissionais passam seus primeiros anos em uma empresa aprendendo e aprimorando suas habilidades. Eles aprendem o necessário com o trabalho de seu supervisor e contribuem como indivíduos. Contribuem para a organização, completando o trabalho designado dentro de prazos e de maneiras que atendam aos objetivos. Dependendo do seu desempenho e contribuição e, claro, suas habilidades individuais, são considerados para a próxima etapa.

A aprendizagem envolve planejamento, pontualidade, conteúdo, qualidade e confiabilidade. A capacidade de motivar e orientar os outros e avaliação dos colegas de trabalho. A ênfase está nas funções básicas de gerenciamento, como realocar tempo e outros recursos. Quando as pessoas se tornam colaboradores individuais e produzem bons resultados, especialmente quando demonstram capacidade de colaboração, geralmente recebem responsabilidades adicionais.

É na primeira etapa, a de quem já domina a autoliderança,  que ele deve mudar a mentalidade puramente focada no indivíduo para entender o valor do controle e do esforço da equipe. Embora a descrição do trabalho dos gestores de primeiro nível ainda tenha responsabilidades e tarefas individuais, eles devem lentamente começar a mudar a mentalidade para gerenciar os outros, e não apenas eles mesmos.

  • Etapa 2: De gerenciar outros para gerenciar gestores

Nesse nível, o profissional está acostumado com a cultura da empresa e assume mais responsabilidades. Talvez a maior diferença entre a primeira e a segunda etapa seja que, nesse nível, o líder só precisa gerenciar. É dissociar-se de tarefas individuais. Aqui, as organizações medem o progresso dos líderes com base nas principais áreas de resultado, sendo a liderança a principal chave.

O foco em termos de habilidades estará na capacidade de avaliar e selecionar outras funções da primeira etapa, atribuindo-as e ajudando os demais com o trabalho gerencial. Os gestores da etapa anterior tornam-se essencialmente os mentores na etapa dois. Para que o modelo de pipeline de liderança funcione, os candidatos de segundo nível devem ser capazes de entender os requisitos baseados no valor da gestão.

A metolodologia do coaching é um ponto crucial nesse nível, pois os líderes na primeira etapa geralmente não recebem treinamento sobre como ser um líder. O coaching exige que os profissionais passem pelo programa de treinamento. Profissionais treinados precisam treinar seus subordinados.

  • Etapa 3: de gerenciar gestores para gerenciar uma função

Essa etapa é mais difícil. A diferença entre gerenciar gestores e gerenciar uma função pode aparentemente parecer pequena, mas vários desafios significativos se escondem aí. Nesta etapa, embora o líder se comunique com um profissional individual, ele tem um efeito sobre a funcionalidade de pelo menos duas camadas de gerenciamento. Portanto, o desenvolvimento de novas habilidades de comunicação torna-se obrigatório. Esses líderes funcionais também devem gerenciar algumas áreas que são novas para eles e não devem apenas tentar entender esse trabalho novo, mas aprender a valorizá-lo também.

As principais habilidades que precisam ser desenvolvidas neste momento são: a capacidade de fazer parte da equipe (ou seja, comunicação) e entender as necessidades e preocupações dos outros. O líder nesta etapa deve ser capaz de competir por recursos, enquanto mantém as necessidades operacionais dos negócios no centro. O desenvolvimento precisa começar a se concentrar mais nas habilidades estratégicas da pessoa e aprimorar sua capacidade de delegar tarefas às outras.

  • Etapa 4 – de gestor operacional a gerente de negócios

Na quarta etapa, o gestor dá um grande salto na escala de liderança. Um gerente de negócios precisará ser capaz de atuar sob maior pressão, à medida que a autonomia para tomar decisões se expande ainda mais. A empresa deve encontrar os profissionais certos para esse processo, pois essa transição exige habilidades reais de liderança dos colaboradores.

A passagem não é apenas sobre ser capaz de pensar estrategicamente e melhorar sua capacidade de alocar tempo e recursos. O passo para se tornar um gestor de negócios requer uma compreensão mais profunda da funcionalidade e sua influência nos lucros da empresa.

O foco aqui deve ser em melhorar a capacidade do profissional de trabalhar, inspirar e controlar equipes diferentes. Ele ou ela deve se tornar hábil em entender como as pessoas operam e  entender os colaboradores em um nível emocional. A capacidade de compreender a inteligência emocional deve estar no centro do processo de desenvolvimento. Além disso, o foco não deve estar apenas na capacidade de gerenciar pessoas diferentes, o gestor de negócios também deve entender como as diferentes funções operam juntas.

  • Etapa 5 – de gestor de negócios a gestor de grupo

Esta etapa também requer uma mudança crítica. Primeiro, os gestores de grupo devem se tornar capazes de avaliar a estratégia de alocação de capital e funções operacionais. Essa é uma habilidade comercial sofisticada que envolve aprender a fazer as perguntas certas, compreender, analisar os dados corretos e aplicar o ponto de vista corporativo correto para entender qual estratégia tem maior probabilidade de sucesso.

Aqui, o gerente do grupo começar a olhar para as necessidades de negócios mais amplas, em termos de expansão e crescimento dos aspectos operacionais do negócio, deve ser capaz de considerar novos empreendimentos e o descarte de operações antigas, se elas não estiverem gerando lucros.

Um gestor de negócios valoriza o sucesso de seu próprio negócio já um gerente de grupo valoriza também o sucesso de outros grupos de negócios. Percebe-se a este nível que alguns gestores acham que o sucesso veio por causa de sua própria contribuição e tentam obter todo o crédito.  Como gestor de grupo, a pessoa deve primeiro aprender a inspirar e motivar os outros. É comum nesta etapa encontrar bons executivos de negócios estagnados por causa de superiores que tentam conquistar o centro das atenções.

  • Etapa 6 – de gestor de grupo a administrador de empresa

E final mente essa é a última etapa. O modelo de pipeline de liderança é finalizado onde os gestores de grupo se tornam gestores de empresas,  os CEOs. A partir de agora, o líder deve ser capaz de destacar os valores por trás de sua estratégia de liderança e sucesso. O papel de um gerente de empresa torna-se mais sobre a visão de longo prazo, embora ainda haja alguma necessidade de manter a funcionalidade de curto prazo.

Aqui ele precisa aprender a se concentrar no todo, em vez das partes individuais que compõem a organização. O microgerenciamento não é algo com que um gestor de empresa deve se preocupar. Como o líder na etapa final será responsável por toda a organização, a capacidade de inspirar e motivar é crucial.

Já pensou em como funciona o pipeline de liderança para startups? Confira a palestra completa do nosso ex-CEO, Fernando Pacheco, na Campus Party 2019:

https://youtu.be/JsazY86RlOM

Conclusão

Este modelo garante que as empresas não se concentrem nas qualidades e habilidades apenas depois de uma promoção, mas para fornecer aos colaboradores mais talentosos as oportunidades de seguir em frente em suas carreiras desde o início.

Quando os líderes passam pelas seis etapas do pipeline de liderança,eles aprendem habilidades necessárias em cada nível de acordo com sua experiência. O benefício mais significativo desse pipeline de liderança é que você pode criar seus próprios líderes de acordo com o que a sua empresa precisa e acredita.

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