Você já ouviu falar da síndrome do impostor? Talvez você já tenha conhecido alguém que a tenha ou, até mesmo, isso pode estar em você. Por mais inofensivo que possa parecer, a síndrome do impostor traz diversos problemas para a vida pessoal e para a carreira de alguém. Mas, não se desespere! Existem formas de tratar e evitar que ela atrapalhe sua vida. Mas, antes, vamos entender primeiro do que se trata.
O que é a síndrome do impostor?
Também chamada de fenômeno do impostor ou síndrome da fraude, a síndrome do impostor é um fenômeno no qual pessoas capacitadas se sentem inferiores. Essa inferioridade ilusória as faz duvidar de suas capacidades e subestimar suas habilidades. Elas chegam a pensar que outras pessoas menos capazes são tão ou até mais capazes que elas. Esses sentimentos podem ser vivenciados no convívio social, mas chegam a ser mais frequentes no ambiente acadêmico e, principalmente, no ambiente de trabalho.
A síndrome do impostor não chega a ser uma desordem psicológica reconhecida oficialmente, mas este tem sido um importante assunto para psicólogos e educadores. A síndrome pode se manifestar de forma permanente, temporária ou frequente e por diversas razões. Em geral, ela se manifesta em razão da classe social de alguém, a maneira como foi criada ou por questões que essa pessoa está vivenciado em determinado momento. Além disso, muitas vezes, o sentimento vem à tona pela sensação de não pertencimento. Ao olhar em volta e ver que a maioria dos que trabalham na sua equipe, por exemplo, não são como você, o sentimento de ser o “outro” pode acabar surgindo.
Quem sofre com a síndrome tem dificuldade de internalizar aquilo de bom que realiza em sua vida. Mesmo quando alcança ótimos níveis de sucesso em seu estudo ou trabalho, ou qualquer outra coisa que prove suas competências, a pessoa se convence que não merece o sucesso e que não passa de uma fraude. Costuma relacionar seu sucesso ao acaso, à sorte, a “estar no lugar certo na hora certa”, ou por ter enganado outras pessoas levando-as a acreditar que é mais inteligente do que realmente é. Ela pensa que a qualquer momento sua incompetência será descoberta e no lugar será revelado que ela, na verdade, é uma fraude.
Este fenômeno costuma aparecer também, em momentos que profissionais estão passando por transições ou quando são confrontados por novos desafios. Momentos assim costumam vir acompanhados por insegurança e ansiedade. E, então, pessoas com síndrome do impostor adquirem comportamentos que funcionam como mecanismos de defesa e enfrentamento.
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7 sinais de que você pode estar com síndrome do impostor
Você se esforça demais
Como as pessoas com essa síndrome sentem que todos a sua volta são mais capazes e mais inteligentes, elas pensam que devem compensar com muito trabalho. Aqui, não se trata de trabalho duro, mas de trabalho exagerado. Elas pensam que trabalhando dessa forma poderão encobrir suas supostas inaptidões.
Você se esforça menos
O medo do fracasso é tão grande que você deixa de ir além. Você sabe que poderia fazer um trabalho muito melhor se quisesse, ou poderia realizar certa atividade, mas não faz, pois, se falhar, prefere que as pessoas acreditem que foi por preguiça e não por incapacidade. Outro ponto está na autoafirmação. Se você nunca der o máximo, pode dizer para si mesmo que se tivesse tentado poderia ser um grande profissional. Além disso, quanto menos se expor, menos vulnerável você está a sofrer julgamentos. Não fazer certas coisas é uma forma de evitar a exposição.
Quer agradar a todos para se sentir aprovado
Você não acredita que suas habilidades e intelecto sejam suficientes para que as pessoas gostem de você, por isso usa suas habilidades sociais para ser aceito. Ao conseguir isso, você está sujeito a pensar que é especial e importante na empresa só porque as pessoas gostam de você, ignorando completamente seus esforços como profissional. Além disso, sua cabeça chega à conclusão de que se você precisa da aprovação de outras pessoas é porque, na verdade, é uma fraude.
Procrastinação
A procrastinação é um problema bastante comum entre muitos profissionais. Quem tem a síndrome do impostor pensa que funciona melhor sob pressão. Pode até ser, mas
deixar o trabalho para o último momento é uma forma de garantir que a qualidade será prejudicada. Assim, a procrastinação é a desculpa perfeita para pensar que, no fim, a atividade só não foi feita da melhor forma porque faltou tempo e não por sua suposta incapacidade.
Você até começa, mas não consegue terminar as coisas
Não terminar as coisas te salva de possíveis derrotas ou descobertas indesejáveis. Também é uma forma de evitar críticas. Quando alguém pergunta como anda seu projeto, é só afirmar que ele ainda não está terminado ou que você só está testando.
Autossabotagem no trabalho
Você busca e se expõe à situações ruins para depois poder culpá-las pelo motivo do seu fracasso. A ansiedade pelo medo de ser exposto é tão grande que você faz coisas para acabar com qualquer possibilidade de sucesso. Entre algumas atitudes de autossabotagem, estão: chegar atrasado ou despreparado em compromissos e testes importantes; não se preparar, ficar acordado até tarde ou beber descontroladamente na noite anterior à grandes apresentações; entre outras coisas. Assim, se houver fracasso, você culpa fatores como cansaço, falta de preparo e ressaca; e se você se der bem, se sente feliz por ter se safado dessa vez.
Descrédito às suas conquistas
Se você consegue uma promoção, por exemplo, fica tentando descreditar sua própria conquista. Você pensa que foi escolhido por falta de opção ou que você não merece a promoção. Além disso, pensa que não vai conseguir corresponder às expectativas dali para frente.
Como ela pode atrapalhar sua carreira e como tratar
Esses sentimentos podem parecer simples, por isso, muitas vezes, são ignorados. Mas eles podem acabar prejudicando sua carreira e desempenho. Ao pensar que, por mais que se esforce, nunca será bom o suficiente, você não se sente feliz e realizado em seu trabalho. E estar bem consigo mesmo e com o trabalho que realiza é muito importante inclusive para potencializar o desempenho. Além disso, a sensação de que a qualquer momento você será descoberto como fraude não te faz relaxar nem acreditar em si mesmo. Mas, não se desespere! Saiba que existem formas de superar a síndrome do impostor. O importante é, em hipótese alguma, minimizar seus sentimentos, mas, sim, dar atenção para o que você sente. Além disso, só admitindo para si mesmo, você conseguirá ir atrás da ajuda devida e encontrar soluções.
Como superar a síndrome do impostor?
Procure ajuda
Para começar, é muito importante buscar a ajuda de um profissional. Você também pode buscar um grupo onde possa expressar seus sentimentos. Fale sobre o assunto e não esconda o que sente. Você vai perceber que existem outras pessoas passando pelo mesmo e que não está sozinho nessa.
Outra forma é buscar ajuda e mentoria com pessoas em quem confia e respeita. Peça que eles lhe dêem feedbacks regularmente. Essa é uma forma de perceber e medir esforços, resultados e sua evolução.
Permita-se fracassar
O fracasso é comum e pode atingir qualquer pessoa. E não há nada de errado e absurdo nisso! É preciso, no entanto, não permitir que os erros tomem proporções maiores do que realmente tem. Aprenda com o fracasso ao invés de enxergá-lo como algo inerente a você. Não foque no erro. Escolha um objetivo e pense em lições que pode tirar do fracasso e dos problemas. Além disso, pessoas que tem a síndrome do impostor sempre vão procurar formas de melhorar suas habilidades e seu desempenho.
Pare de se comparar com os outros
Todos somos diferentes, por isso cada um tem seu tempo, espaço, vivência e história. Já percebeu como comparações, na maioria esmagadora das vezes, nos fazem sentir pior ao invés de nos inspirar? Por isso, pare já! Isso, além de não ser nem um pouco saudável, não é nada construtivo. Em contrapartida, procure se comparar a si mesmo. Perceba quem você era no passado e veja o quanto evoluiu.
Reconheça seus sucessos
Perceba que aquilo que você alcançou veio como consequência de seus esforços e habilidades. Pense nos seus aumentos salariais, nas suas promoções, nos elogios que recebe, nos prêmios que já conquistou, nos projetos que realizou etc. Foque e procure sempre relembrar as coisas boas que você já fez. Você vai ver que existem muitas. E, mentalize: nada disso é por acaso; é, na realidade, resultado de seus esforços.
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