No mercado de trabalho, seja para transmitir uma imagem de mais credibilidade, seja para conseguir novos espaços em sua carreira, existe a necessidade de se preocupar com diferentes fatores. Os vícios de linguagens são alguns deles. Eles ocorrem continuamente em situações em que estamos mais tensos — apresentação de resultados do trimestre, por exemplo —, ou até mesmo no dia a dia, uma vez que estamos acostumados a reproduzi-los com frequência — por isso o nome vícios, que atrapalham diretamente a comunicação.
Se você não sabe o que são esses vícios e quais são os tipos, não se preocupe. Elaboramos este material para que você tire algumas dúvidas sobre o tema, saiba por que é preciso evitá-los e como é possível trabalhar nesse sentido. Continue a leitura e saiba mais!
O que é vício de linguagem?https://penser.com.br/nervosismo-ao-falar-em-publico/
Primeiro, é importante entendermos no detalhe do que se tratam os vícios de linguagem. Nada mais é do que o hábito de utilizar palavras ou expressões que não estão de acordo com a norma culta da língua portuguesa. No mercado de trabalho, se ocorre com frequência, pode inclusive prejudicar a sua imagem enquanto profissional.
Exemplo: suponhamos que em uma reunião com a diretoria, você aborda a expressão “faz seis meses que conseguimos bater os resultados e alcançar o patamar pretendido pela empresa”. Com certeza pegaria mal, não é verdade? Em uma situação ou outra, principalmente pelo contexto, as pessoas relevam quando ocorre algum equívoco. No entanto, se isso for frequente, pode inclusive prejudicá-lo a conquistar novas posições.
Quais são os principais tipos de vícios de linguagem?
Agora que você já sabe o que são os vícios de linguagem, chegou o momento de mostrarmos alguns dos principais tipos. Assim, existe a possibilidade de você analisar se utiliza alguns deles na sua rotina. Veja!
Arcaísmo
O arcaísmo se refere a palavras ou expressões muito antigas, que já deixaram de ser utilizadas. Muitas vezes, a pessoa emprega esses termos acreditando que são elegantes. Porém, a maioria deles nem sequer existe em nosso dicionário há um bom tempo.
Por essa razão, em nossa gramática, o arcaísmo é considerado um erro. Um bom exemplo que poucos sabem que é um equívoco é a conjugação em segunda pessoa. Isso deve ser evitado, especialmente em situações não tão formais.
Outras expressões, como “quiçá” ou “por obséquio” também complementam essa lista. Confira mais alguns termos:
- todas as pessoas podem, outrossim, lançar as metas no sistema.
Nesse caso, outrossim significa também.
- O boticário disse que esse remédio dá sonolência. Por isso, vou me ausentar no dia de hoje.
Aqui, boticário significa farmácia.
Apesar de serem palavras que pouco vimos no dia a dia, precisamos ter cuidado com o seu uso, tudo certo?
Barbarismo
No caso do barbarismo, a pessoa faz a pronúncia ou a grafia erradas. Alguns bons exemplos disso são os termos “lagarta” e “iogurte”, que muito comumente são utilizados como “largata” ou “iorgute”. No mundo corporativo, uma situação típica que pode ser considerada barbarismo é o uso de palavras estrangeiras sem necessidade, como “understand”.
Ainda no vício de linguagem do barbarismo, temos casos dentro da morfologia. Morfologia é o estudo e a classificação de palavras que são isoladas de seus contextos e de suas funções nas orações. Aqui, o equívoco estaria em conjugar verbo ou escrever palavras de formas incorretas.
Exemplo comum: caso você, em algum momento, falar “cidadões”, cometeu um barbarismo. O certo, aqui, é “cidadãos”. Outro exemplo:
- se eu ver o diretor no dia de hoje, apresento os resultados.
No caso, o certo seria “se eu vir”. Outro erro muito usual em nossas rotinas é a confusão das palavras “comprimento” e “cumprimento”. O primeiro se refere à medida, enquanto o segundo ao ato de cumprimentar.
Solecismo
Neste material, inclusive já demos um exemplo de solecismo. Afinal, ele é muito comum quando nos referimos a vícios de linguagem. Ocorre quando há erros de colocação, regência ou concordância, como trouxemos mais acima “faz seis meses”.
Ao longo do texto, trouxemos muitos exemplos da linguagem oral. Porém, na escrita, também precisamos ter bastante cuidado quando vamos fazer algumas colocações. Em um contexto formal, encaminhar “caso necessário, me mande uma mensagem”, por exemplo, é um erro de colocação pronominal. O certo seria “mande-me uma mensagem”.
Também temos solecismo na regência verbal, que é a relação de subordinação entre um verbo e outro termo. Exemplo: “vou no banheiro”, enquanto o certo seria “vou ao banheiro”.
Neologismo
Neologismo não é necessariamente um erro, mas se enquadra nos vícios de linguagem. Porém, precisamos ter cuidado quando nos referimos a espaços mais formais. Trata-se do uso de palavras que não existem no vocabulário formal. Os termos são mais comuns na internet, mas ainda assim existem os riscos de serem utilizados no dia a dia corporativo.
Alguns exemplos:
- googlar — refere-se ao ato de pesquisar algo no Google. A palavra, inclusive, é derivada do canal de buscas;
- shippar — as pessoas utilizam esse termo quando apoiam algum tipo de relacionamento;
- deboísmo — estar tranquilo;
- internetês — termos muito comuns da internet.
Pleonasmo
Pleonasmo ocorre quando você é redundante. De acordo com o dicionário, significa “redundância de termos no âmbito das palavras, mas de emprego legítimo em certos casos, pois confere maior vigor ao que está sendo expresso (p.ex.: ele via tudo com seus próprios olhos”.
Existem alguns exemplos que são comuns em nossa rotina que nem sequer notamos. “Surpresa inesperada” é um deles. “Posso adiar essa entrega para depois” é outro. No caso do primeiro, uma surpresa inevitavelmente é inesperada. No segundo, se você adiar a entrega, certamente é para depois.
Claro, existem aqueles exemplos mais esdrúxulos, como “subir para cima”, “descer para baixo”. No entanto, os mais arriscados são aqueles que nem a gente percebe o uso.
Como evitar os vícios de linguagem?
Agora que você já conhece alguns dos principais vícios de linguagem existentes, vamos explicar como é possível evitá-los em sua rotina. Confira!
Identifique o problema
O primeiro passo é passar a reparar mais no modo como você se comunica, em diferentes situações. Não deixe para fazer essa análise em uma apresentação que o deixa mais tenso, uma vez que vai ser mais um fator de preocupação para aquele momento. Avalie situações comuns, como uma conversa com amigos ou uma reunião onde você se sinta bem e confortável.
Caso necessário, não tenha vergonha em solicitar o apoio de algum amigo ou familiar. Uma boa dica é simular uma apresentação para alguém e essa pessoa ter a oportunidade de pontuar quais foram os vícios que ela observou. Assim, você terá a possibilidade de tratá-los com mais eficiência.
Tenha um roteiro
Sempre que for fazer uma apresentação, recomendamos sempre que tenha um roteiro. Isso contribui para trazer mais segurança, além de ser a oportunidade de você poder treinar muitas vezes antes do momento exato. Essa dica é válida até mesmo para evitar o nervosismo ao falar em público ou para que você possa preparar uma apresentação na qual as pessoas terão o interesse de assistir.
Pesquise sempre
Sabemos que a língua portuguesa tem muitas particularidades. Portanto, sempre que tiver alguma dúvida, pesquise. Hoje temos muitas possibilidades para que você possa conferir as normas, como dicionários, livros e a própria internet.
No entanto, recomendamos que tenha cuidado com as fontes de pesquisa. Existem muitos produtores de conteúdo que não necessariamente estão por dentro do que de fato é certo ou errado. Por isso, prefira sites mais confiáveis.
Neste conteúdo, você pôde conhecer alguns dos principais vícios de linguagem existentes, além de conferir dicas de como evitar. Uma outra sugestão é a busca por mentorias. Esses profissionais serão capazes de orientá-los não apenas para evitar alguns erros errados ou para auxiliar em uma apresentação, como também poderão oferecer outras dicas de materiais para a sua carreira, focando sempre no crescimento e desenvolvimento.
Se você deseja saber mais sobre o tema, entre em contato com a gente, conheça a Penser e saiba como a gente pode auxiliá-lo nos mais diversos contextos.