O que são vieses cognitivos? Os tipos e como nos afetam na prática

Em nosso dia a dia, diferentes questões podem nos afetar a tomar decisões racionais. Conhecê-las contribuirá para que a gente tenha mais consciência sobre os nossos atos, além de ser uma importante possibilidade de crescermos e desenvolvermos nas mais diferentes esferas, seja pessoal, seja profissional. Entre os pontos que podem nos influenciar, os vieses cognitivos se destacam.

Trata-se de uma espécie de “defeito” de nosso pensamento que nos leva a interpretar algumas situações de forma equivocada por diferentes motivos. Neste material, a gente explica de forma mais detalhada do que se trata esse tema, além de ressaltar os principais tipos de vieses cognitivos existentes. Continue a leitura e saiba mais!

O que são vieses cognitivos?

Para entendermos melhor do que se trata o viés cognitivo, vamos fazer um comparativo. Imagine só a seguinte situação: você faz um mesmo caminho há um bom tempo. Porém, recentemente descobriu que havia um outro trecho cuja estrada é melhor e que ao mesmo tempo é mais curto. A partir de então, o trajeto feito até aquele momento é deixado de lado, e você passa a seguir apenas pela estrada que acabou de conhecer.

O que isso tem a ver com o viés cognitivo? O funcionamento do nosso cérebro funciona basicamente da mesma forma. Ele busca realizar um menor esforço para tomar uma decisão – e vai receber diferentes influências para chegar a uma reflexão.

Quando você está em um teatro, por exemplo, ao terminar a peça você segue a mesma direção que as outras pessoas, sem se importar se aquele de fato é o trajeto que deve ser seguido. É o seu cérebro identificando que aquele só pode ser o caminho percorrido para sair das dependências do teatro, poupando esforço de pensar se existe ou não outro local a ser seguido.

Tudo isso se denomina heurística. Porém, apesar de parecer positivo, algumas decisões podem ser tomadas de forma equivocada devido a alguns aspectos de sua experiência. Quando isso ocorre, denominamos vieses cognitivos.

Quais são os principais tipos de vieses cognitivos?

Agora que você já sabe o que é o viés cognitivo, apresentaremos alguns dos principais tipos existentes. Assim, você conseguirá identificar se, em algum momento, você se deixou influenciar para tomar decisões importantes. A seguir, confira quais são eles!

Viés da ancoragem

Viés da ancoragem é o ato de você confiar demais em uma informação que você tem previamente. Exemplo: suponhamos que você dificilmente consome determinado alimento por acreditar que o seu preço é muito alto. Porém, acredita que um produto vendido por uma marca importante na promoção é um valor positivo, justamente por estar mais baixo do que o divulgado inicialmente.

Esse tipo de situação pode ser muito prejudicial para o dia a dia, uma vez que traz limitações. Você pode ser levado a não experimentar coisas novas e nem a realizar atividades que seriam positivas para o seu bem-estar e pela qualidade de vida, uma vez que tem uma ideia fixa armazenada.

O viés da ancoragem é muito utilizado por bons vendedores, uma vez que utilizam o preço dos itens de forma sutil – principalmente comparando-se com o mercado – para que você seja influenciado a adquirir o produto.

Viés da informação

Certamente você já passou por uma situação como essa ou viu alguém que constantemente se depara com esse contexto: um indivíduo vai fazer uma viagem de férias para uma praia do nordeste. Porém, com receio de perder uma oportunidade interessante, pesquisa tanto, busca tanta informação, que acaba por acreditar que aquilo que adquiriu não é o suficiente.

O viés da informação atinge especialmente as pessoas indecisas. Aqueles indivíduos que ponderam bastante antes de tomar alguma decisão e, ao final, ainda acreditam que poderiam ter adquirido outro item em vez daquele que comprou.

No campo profissional, isso pode ser inclusive prejudicial para o desenvolvimento da pessoa. Se ela faz muitos cursos e acredita que ainda assim não é o suficiente para executar um bom trabalho, a síndrome do impostor (ou também a autossabotagem) pode evitar trazer inovações para as suas funções e o colaborador estagnar, por exemplo.

Viés da adesão

Suponhamos que você estava receoso de fazer certo curso por não conhecer muito bem a marca e nem mesmo os profissionais que ministram as diferentes matérias. Porém, ao perceber que muita gente de sua rede profissional está fazendo e publicando em suas páginas os certificados de conclusão, você acaba por refletir de que se trata de algo de qualidade.

É uma espécie de “se todo mundo está fazendo, com certeza é algo que eu deva fazer para não ficar para trás”. Esse viés da adesão é parecido com o exemplo que mencionamos sobre a saída do teatro: sem nem pensar duas vezes, você identifica que aquele é o caminho correto a ser percorrido.

Trata-se de um viés que também pode trazer prejuízos para a vida pessoal e profissional, uma vez que ele torna as pessoas menos críticas em relação às decisões que precisam ser tomadas.

Viés da pró escolha

Nesse caso, podemos entender como a tendência de as pessoas explicarem algo sem nenhum embasamento científico. Se um indivíduo impulsivo realiza a compra de um produto que não tinha necessidade apenas por ter tomado uma decisão repentina – e trouxer argumentos de que foi positivo realizar aquela compra – é um viés da própria escolha.

Outro exemplo: uma pessoa que tenta trazer argumentos de que um artista é melhor do que o outro com alguns argumentos sem nenhuma lógica. O que identificamos ali é apenas a paixão que ela tem pelo o que está defendendo.

Viés da confirmação

Esse viés ocorre quando uma pessoa se apega a alguns argumentos que confirmam a teoria ou a sua crença previamente estabelecida. Exemplo: se alguém consome os produtos de uma marca há muito tempo por acreditar que eles são os melhores, qualquer argumentação que confirme a sua teoria será aceita sem nenhum tópico que critique ou refute.

No trabalho, por exemplo, isso pode ser prejudicial por impedir que haja debates e desestimular o pensamento crítico das pessoas. Assim, testes passam a ser deixados de lado, uma vez que há a crença constante de que o que é feito é o certo, sem nenhuma alternativa que possa trazer resultados mais promissores para o time ou para a empresa.

Viés do retrospecto

No caso do viés do retrospecto, as pessoas tendem a acreditar que sempre confirmaram algo que acabou de acontecer, mesmo apresentando dúvidas previamente. Exemplo: suponhamos que a área comercial da empresa deseja implementar um novo modelo de vendas. Porém, profissionais anteriormente estavam receosos de que esse era o método mais preciso, e, por isso, trouxeram alguns argumentos sutis sobre esse temor.

Porém, ao ser implementado, a metodologia trouxe resultados muito positivos, praticamente dobrando o faturamento da empresa. Ao se deparar com esses números, as pessoas afirmam que sempre souberam que isso traria bons frutos para o negócio, negando que em algum momento duvidaram das mudanças que ocorreriam.

Viés do falso consenso

Como o próprio nome já diz, trata-se do equívoco das pessoas de acreditarem que a sua opinião é compartilhada com a maioria, quando na verdade não há nenhum embasamento para trazer essa reflexão.

Por essa razão, sempre que for argumentar com alguém que esteja acometido por esse viés, é importante trazer pesquisas que refutem o ponto de vista.

Entenda: em um time de marketing digital, há o entendimento de que a taxa de conversão do site é positiva. Uma pessoa com o viés do falso consenso acredita que toda a equipe tem a mesma percepção e que nenhuma ação precisa ser tomada.

Nesse sentido, é importante realizar um benchmarking com outras empresas para verificar a média da taxa de conversão de seus sites. A partir disso, trazer esses dados para o time e apresentar a conclusão sobre o número do negócio e as possíveis ações que podem ser tomadas a partir disso.

Neste conteúdo, você pôde entender o que são vieses cognitivos, quais são alguns dos seus principais tipos, além de conferir como isso pode afetar profissionalmente e pessoalmente. Conforme vimos, o viés pode trazer para a pessoa a dificuldade de propor novas ideias, além de desestimular uma reflexão mais aprofundada sobre os mais diversos pontos, desde aspectos do seu trabalho até a algumas preferências do cotidiano, como a escolha de marcas.

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